Movidos pelo destino
Encontramo-nos um dia
No limiar da juventude,
No apogeu da fantasia,
Como arautos do instante
Lúdico de uma folia.
Entre sonhos embalados
Nas manhãs da primavera,
No dealbar de nossas vidas
Envoltas numa quimera,
Deslizávamos no tempo
Implacável de outra era.
Naquelas manhãs fagueiras
Flores de encontro ao vento
Jogavam bálsamos no ar.
Sem lenço e sem documento
Saíamos de encontro às aulas
Em busca do nosso intento.
Restam ainda as lembranças
Que pesam sobre a idade,
De um tempo que já passou
Veloz e vil na veleidade
Deixando rastros intensos
Traduzidos em saudade.