Ode ao amor
Pedro Franco.
Minhas gerações futuras,
acreditem, é preciso acreditar,
o amor não morreu.
O termo usado em excesso,
constata-se.
Todos falam, poucos sentem.
É abusado em anúncios de vendas
e em pobre literatura.
A palavra está mais ventilada
que a ação realizada.
O eu está mais em moda que o nós.
e amor é nós. Ela e Eu,
ou Eu e Ela. Apenas para exemplos.
Não canto aqui o amor fraterno,
pela humanidade, por familiares, etc.
Fico, finco-me, no amor a dois.
Amor é nós, ainda que o Português
pareça estropiado na da frase.
E por que digo o que parece óbvio?
Porque o que vejo é confusão,
misturam o amor com tudo
e até com sexo e paixão.
Sim, amor tem sexo
e não é só sexo, creiam.
E tem paixão e compaixão.
Só que é mais, muito mais.
Absurdamente mais que paixão.
É muito de doação e transcendência.
Respeito ao outro, sempre.
Amor pode doer, machucar muito.
Até desiludir...
Dá horas, ternas horas, raros momentos,
indescritíveis.
A sensação do amor é transcendental
E me perdoem os poetas,
que tanto o cantam e cantaram
em todos os idiomas e de todas as formas.
Ouso que alguns poetas
amam-se em demasia,
para abrigar um verdadeiro amor.
Pensando nisto tudo
e até no atual “ficar”, asseguro,
meus jovens, meus cibernéticos jovens,
o amor existe,
ainda que pouco aconteça,
Há que o garimpar. Vale procurar
e com fundadas esperanças
de encontrá-lo
nos mais estranhos lugares,
nas mais inacreditáveis criaturas.
Procure e sempre o regue
e de todas as formas
Na certeza
de que o amor existe
e que pode estar
a sua espera.
#poesia #concurso #eternizante