Teus grandes olhos choram
Os olhos da criança que há em ti.
Por que choras, óh velho homem,
Se tua vida foste inteira de labuta?
Tuas rugas nada lhe dizem,
Pois dentro de ti há a criança travessa
Que insiste em romper o tempo que te fere,
Enquanto teu corpo encolhe,
E tua mente se rebela com o agora.
Por que choras, óh velho homem?
Corres contra o tempo que te chama de velho.
Buscas em desespero a criança
Que se encolhe nos braços maternos,
Que de tão fraternos, esperam por ti.
O tempo agride,
O tempo que, de tanto tempo, se faz lépido,
Enquanto corre atrás do tempo que,
Perdido, se esconde da criança travessa que o afronta.
Do velho homem que não aceita
A velocidade do tempo que o atormenta.
Sou casada e mãe de 3 meninos. Possuo vários contos selecionados em antologias - à venda pela Amazon e outros - como Amanda Kraft. Como cantora, compositora e artista plástica, uso o pseudônimo de Lamaris.