Não imaginava que viveria
Para presenciar o fatídico dia
Que você se despediria
Acabando da maneira que queria
Da forma que sua boca dizia
E que a minha, repreendia.
Foi a mesma boca
Que pediu desculpa
Sem ter tido culpa
Por aquilo que vivia
Consegui apenas lamentar
Pensando que bastava perguntar
"Por que vives a se desculpar?"
Assim, talvez, tivesse sido capaz de ajudar
Porém, mantive vivas as lembranças mais singelas
Seus gestos mais sinceros
Seus dizeres mais bonitos.
Também ficou na memória
Que foi numa maca hospitalar
A última vez que pude apertar sua mão
Que pude ouvir seu coração
Que pude ver o brilho do seu olhar...
E que, infelizmente, também ouvi pela última vez
Você se desculpar.